Estudo XII - A EFICÁCIA DO SEU MINISTÉRIO SACERDOTAL
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"Ora, o essencial das coisas que temos dito é que possuímos tal sumo sacerdote, que Se assentou à destra do trono da Majestade nos Céus" (Hb 8:1).
"Não muito depois da Criação... nossos primeiros pais caíram em pecado. ... Após essa crise terrível, a primeira preocupação de Deus foi a restauração humana e a segurança eterna do Universo. A morte de um membro da Divindade – uma contingência já determinada na presciência e no conselho de Deus (veja Ap 13:8) – foi o único meio para esse fim."A fim de assegurar a participação e cooperação humana nesse objetivo supremo, depressa Deus Se dispôs a informar sobre o plano aos nossos primeiros pais. Ao mesmo tempo, Ele empregou um recurso de ensino para chamar perpetuamente a atenção deles e das gerações sucessivas" (Roy Adams, The Sanctuary, p. 17, 18). Esse recurso, evidentemente, foi o serviço do santuário.
O santuário se tornou o centro da adoração hebraica e, em suas atividades e rituais, apontava aos suplicantes as realidades cósmicas da salvação humana em um Messias vindouro (veja Hb 9) e o ministério de Jesus no santuário celestial.
Indicadores do antigo tabernáculo
Moisés foi orientado a construir o tabernáculo de acordo com o modelo que Deus lhe mostrara no Monte Sinai (Êxodo 25:9, 40). E enquanto o bom senso nos afasta da conclusão de que cada tábua e prego do tabernáculo (e mais tarde do templo) tinha significado teológico, devemos, ainda assim, considerar com toda a seriedade a função didática do sistema do santuário do Antigo Testamento. Mas não temos muitas informações sobre o significado dos simbolismos. Mas, ajuntando o pouco que achamos no Antigo Testamento com o que temos no Novo, podemos chegar a uma compreensão razoável do significado global de certos aspectos fundamentais do sistema do antigo santuário e seu ritual, que apontam para além deles mesmos, para uma realidade maior, como:
1. O sacrifício da manhã e da tarde (Êxodo 29:38-42; Numeros 28:1-6)
2. Os pães da proposição e o candelabro (Êxodo 25:23, 30, 31, 37)
4. As vestes do sumo sacerdote (Êxodo 28:6-21)
Os sacrifícios da manhã e da tarde simbolizavam "a consagração diária da nação a Jeová, e sua constante necessidade do sangue expiatório de Cristo" ( Patriarcas e Profetas, p. 352). Muitas referências ao pão no Novo Testamento parecem sugerir que o pão no tabernáculo/santuário apontava no futuro para Cristo (veja, por exemplo, Mt 26:26; Jo 6:48-51). "Tanto o maná como o pão da proposição apontavam para Cristo, o pão vivo, que sempre está na presença de Deus por nós" (p. 354). Semelhantemente, os candelabros parecem apontar para aquele que disse: "Eu sou a luz do mundo" (Jo 8:12). "Aquelas pedras semipreciosas do peitoral [do sumo sacerdote]... levam os nomes das tribos de Israel, sugerindo, ... que, enquanto Cristo, nosso sumo sacerdote, apresenta Seu sangue perante o Pai, Ele leva sobre o peito o nome de cada coração arrependido e crente"(Roy Adams, The Sanctuary, p. 38; compare com Patriarcas e Profetas, p. 351).
Todos os indicadores levavam a Ele
Qual é o significado de João chamar Jesus de "Cordeiro de Deus"? Jo 1:29
O tabernáculo do deserto foi o centro da adoração dos israelitas por centenas de anos. E enquanto Israel permaneceu fiel a Deus, o povo considerou esse edifício sagrado como o lugar de salvação, o lugar de expiação entre Deus e Seu povo. As manifestações sobrenaturais que acompanharam a dedicação da estrutura (veja Êxodo 40:34, 35) haviam fixado profundamente essas impressões naqueles que as haviam testemunhado.
No entanto, a demonstração notável da presença de Deus na dedicação do templo não deu nenhuma idéia do futuro turbulento do edifício. Completamente destruído pelo exército babilônico, mais tarde, ele foi reconstruído, embora não ao padrão de seu esplendor anterior. Mas esse foi o templo que Jesus conheceu, o que recebeu Seus passos. E quando Jesus morreu em uma cruz, fora de Jerusalém, em uma sexta-feira à tarde, dois mil anos atrás, foi no lugar santo desse mesmo templo que a cortina se rasgou misteriosamente em duas, de alto a baixo (Mt 27:51).
"Era a hora do sacrifício da tarde. O cordeiro, que representava Cristo, fora levado para ser morto." Mas a Terra tremeu e, "com ruído rompeu-se de alto a baixo o véu interior do templo, rasgado por mão invisível, expondo aos olhares da multidão um lugar dantes pleno da presença divina." De uma só vez, aquele lugar em que "habitara o shekinah" e "manifestara Deus Sua glória sobre o propiciatório" estava agora aberto à visão pública! "O santíssimo do santuário terrestre não mais era um lugar sagrado".
"Tudo era terror e confusão. O sacerdote estava para matar a vítima; mas o cutelo caiu-lhe da mão paralisada, e o cordeiro escapou. O tipo encontrara o antítipo por ocasião da morte do Filho de Deus. Fora feito o grande sacrifício. ... Era como se uma voz viva houvesse dito aos adoradores: Agora têm fim todos os sacrifícios e ofertas pelo pecado. O Filho de Deus veio, segundo a Sua palavra" (O Desejado de Todas as Nações, p. 756, 757).
Nosso sumo sacerdote (Hb 7:25)
Nos primeiros capítulos de Hebreus, depois de dizer uma quantidade de coisas sobre os anjos e sua condição, sobre Moisés e sua experiência no deserto, sobre Josué e a terra de Canaã, sobre os profetas, Abraão e Melquisedeque, o apóstolo nos chama abruptamente de volta à mensagem central no capítulo 8, verso 1:
Qual é a mensagem central do livro de Hebreus? Hb 8:1, 2
Dentro do plano físico do antigo acampamento israelita, havia diversas barreiras entre o adorador israelita comum e o interior do santuário. Para obter acesso físico, seria necessário atravessar o isolamento exclusivo dos sacerdotes e levitas e áreas adjacentes ao recinto sagrado. Mas agora, diz o autor de Hebreus, Cristo, nosso mediador e sacerdote celestial, abriu uma porta de acesso ilimitado ao verdadeiro santuário celestial, a sala do trono do Deus vivo. "Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna" (Hb 4:16). Jesus é nosso intercessor no Céu.
Muito embora não saibamos a forma exata da intercessão de Jesus por nós, as Escrituras oferecem exemplos dessa idéia, ainda que do ponto-de-vista humano. Dois desses exemplos tiveram lugar na vida de Moisés, com relação à rebelião em Cades (Numeros 14:10-20), e com relação à adoração do bezerro de ouro (Êxodo 32:9-14, 30-32). Essas são passagens poderosas. "Agora, pois", Moisés implorou a Deus naquela última referência, "perdoa-lhe [ao povo] o pecado; ou, se não, risca-me, peço-Te, do livro que escreveste". Também testemunhamos essas formas de intercessão sacerdotal em Daniel 9 e na grande oração de Jesus antes da paixão (Jo 17).
As passagens de Hebreus a seguir são exemplos do que nosso sumo sacerdote celestial faz por nós: Hb 2:18; Hb 7:25; Hb 8:3-10; Hb 9:11-14; Hb 10:11-17.
A diferença que Ele faz
Que promessa encontramos a respeito de nosso sumo sacerdote? Hb 4:16.
Aqueles que conhecem Jesus como Salvador e sumo sacerdote têm alguma vantagem espiritual sobre os outros que só O conhecem como Salvador? Notamos a contribuição de Hebreus 9 ao assunto, em geral:
1. O que aconteceu sob o primeiro concerto (os rituais do santuário no Antigo Testamento) era somente provisório. Fundamentalmente inadequados para levar à mudança interior, os sacrifícios e rituais apontavam para além de si mesmos, para algo muito maior.
2. Esse algo maior agora havia acontecido. Cristo veio. Ele é o sumo sacerdote real (Hb 9:11). Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação, (Hebreus 9:11 RA) Sua entrada no santuário celestial não foi por meio "de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo Seu próprio sangue..., tendo obtido eterna redenção" (v. 12).
3. Os sacrifícios sob o antigo sistema alcançavam resultados exteriores (v. 13), mas não podiam provocar a mudança do interior. Mas o sangue de Cristo alcança nosso ser interior, purificando "nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!" (v. 14).
4. Cristo derramou Seu sangue uma só vez, em nosso favor; e agora Ele comparece por nós na presença de Deus como nosso sumo sacerdote (v. 24-28).
O conhecimento e aceitação de Jesus como nosso sumo sacerdote deve nos fazer bondosos, generosos e pacientes, as mesmas características que Ele manifestou para conosco. Deve nos fazer misericordiosos e corteses, assim como Ele mostrou misericórdia e graça para conosco. E deve nos fazer moralmente justos e eternamente gratos pelo profundo sacrifício feito em nosso favor.
Que atitude ousada podemos ter, ao saber que nosso sumo sacerdote Se encontra no Santo dos Santos? Hb 10:19-25
O livro de Hebreus nos convida a nos aproximarmos do "trono da graça". As implicações aqui são muitas, mas uma delas se refere à questão que estamos tratando. O caminho foi aberto para nos aproximarmos de Deus, por meio de Jesus, no santuário celestial. E seguir Jesus pela fé no santuário não é só ter o coração purificado por Sua graça maravilhosa, mas também experimentar uma nova avaliação de Sua lei imutável (veja Hb 8:10). Essa transação, totalmente significativa no contexto de que chamamos de "o grande conflito entre o bem e o mal" define a diferença que o ensino do santuário faz para nós.
Pela fé, entramos com plena certeza naquele lugar sagrado em que Jesus ministra. E lá, contra todas as chances possíveis, nos apegamos àquele cuja promessa imutável é simbolizada pela arca do concerto, o trono do próprio Deus vivo, fundado em justiça e misericórdia. Assim ancorados, não somos agitados de um lado para outro, especialmente numa visão sobre a lei que nos leve ao abandono do santo sábado de Deus e nas concepções evolucionistas da origem que buscam destronar o Deus vivo de Seu próprio Universo. Assim, a doutrina do santuário se torna uma proteção para nós contra a rebelião, assegura a Deus um remanescente fiel em um mundo revoltado.
"Vejo o santuário celestial como o lugar da habitação de Deus, o trono de Seu governo, o centro nervoso do Universo. Nessa função, o santuário sempre existiu. Mas, com a queda da humanidade, ele assumiu uma função a mais, isto é, a solução da rebelião cósmica e a segurança do Universo. É nesse sentido que o retratamos quando pensamos no antigo sistema sacrifical. Vemos através de um vidro colorido pelo ministério para a erradicação do pecado" (Roy Adams, The Sanctuary, p. 71).
"Não penso em um santuário celestial vazio. O trono de Deus, de qualquer forma, está lá, cercado por multidões de anjos. Melhor de tudo – de nosso ponto-de-vista, pelo menos – nosso sumo sacerdote todo suficiente, o próprio Jesus Cristo, está lá! Ele o enche em sua plenitude! Ele Se põe diante do trono de Deus em nosso favor! E isso é suficiente para mim!" (p. 71.)
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