quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

 Estudo Dirigido - MARAVILHOSO JESUS


 
Estudo IV - A SABEDORIA DE SEUS ENSINOS



"Maravilhavam-se da Sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas" (Mc 1:22).

"Jesus poderia ter irradiado brilhantes raios de luz sobre os mais obscuros mistérios da ciência, mas não Se privava de um momento sequer para deixar de ensinar o conhecimento da ciência da salvação. Seu tempo, Seus conhecimentos, Suas faculdades, Sua própria vida, só os prezava como meios de efetuar a salvação das pessoas" ( Mente, Caráter e Personalidade, v. 1, p. 245).

Ao falarmos sobre a sabedoria dos ensinos de Jesus, existe o perigo de não percebermos suficientemente a diferença entre Jesus e outros (assim-chamados) mestres sábios ao longo dos séculos. Os ensinos de Jesus não eram simplesmente sábios. Mais que isso, Eles continham um elemento qualitativo que os distinguia essencialmente de tudo o que os havia precedido ou que veio depois. Havia neles certa finalidade, um caráter conclusivo não encontrado em outro lugar. Em outras palavras, era Deus falando em natureza humana. Mesmo que muitos nem conhecessem a verdadeira identidade de Cristo, eles ainda podiam dizer que no que Ele dizia havia algo sem igual. "Estavam as multidões maravilhadas da Sua doutrina; porque Ele as ensinava como quem tem autoridade" (Mt 7:28, 29).

O maior sermão

Ano após ano, centenas de milhares de sermões seguem para o esquecimento. Alguns são lembrados por algum tempo, e depois, esquecidos. O que seria necessário para que um sermão em particular não apenas fosse lembrado e citado por dois mil anos, mas até identificado pelo lugar em que foi pronunciado? Este é o Sermão do Monte.
Durante a Primeira Guerra Mundial, a Sociedade dos Amigos publicou O Sermão do Monte como um folheto à parte, sem comentários, para ser distribuído entre as forças aliadas. Mas tanto o governo britânico como o francês, proibiram sua distribuição entre as tropas. Afinal, um sermão dizendo que o povo deve amar seus inimigos não era exatamente o que você queria que os soldados da linha de frente lessem em uma guerra!

Leia as bem-aventuranças (Mt 5:3-12).

Nas bem-aventuranças, alguns elementos simplesmente descrevem a condição em que podemos nos encontrar. Aqueles que "choram", por exemplo, não estão assim porque querem. Mas a mansidão (ou melhor, a humildade), devemos buscar; como o profeta diz: "Buscai a justiça, buscai a mansidão" (Sf 2:3). Para nós, seres humanos, fome e sede de justiça não é um estado natural, nem podemos produzir justiça. Mas somos aconselhados a ir em sua procura.

Ensinos que aparecem (entre outros) no restante do sermão:
a. Nossa influência na sociedade (Mt 5:13-16)
b. A lei de Deus (Mt 5:17-20)
c. Religião de coração (Mt 5:21-30)
d. Divórcio (Mt 5:31, 32)
e. Vingança (Mt 5:38-42)
f. Amor aos inimigos (Mt 5:43-48)
g. Oração (Mt 6:5-15)



O que Ele ensinou sobre Deus

Num mundo cegado pelos enganos sobre a pessoa e o caráter de Deus, Jesus veio para esclarecer as coisas, mediante Sua vida e Sua palavra. Tendo vindo da própria essência de Deus, Ele trouxe uma revelação de Deus que não poderia ser aperfeiçoada. No passado, os profetas haviam falado sobre Deus; mas, nestes tempos, "nestes últimos dias", Deus "falou pelo Filho... pelo qual também fez o Universo" (Hb 1:1, 2). Em outras palavras, em Jesus, temos a revelação máxima do Ser supremo.

Um teste decisivo da decência de qualquer sociedade, antiga ou moderna, é o valor que dá aos seus membros mais vulneráveis; e não existem seres mais vulneráveis que as crianças. A consideração de Jesus para com esses seres tenros deve ter vindo como uma lufada de ar fresco para aquelas pobres mães dois milênios atrás, quando Ele defendeu vigorosamente o direito de seus filhos terem acesso a Ele, quando Ele encontrou tempo em Sua agenda sobrecarregada para esses pequenos seres, tempo para tocá-los e abençoá-los.

Assim é Deus, disse a ação de Jesus. Ele ama as crianças e, por extensão, todos os que são vulneráveis e explorados. Ele é Deus das vítimas. Assentado lá com esses pequenos a examinar Seu rosto, Jesus deve ter pensado no que chamamos de "Matança dos Inocentes" por Herodes por causa dEle (Mt 2:16-18) e no decreto sanguinário de um antigo faraó contra todos os meninos judeus (Ex 1:15, 16). Jesus veio para mostrar um Deus que era a completa antítese desses psicopatas assassinos.

O que Ele ensinou sobre o perdão

Entre todas as palavras que podemos associar com Jesus, perdão tem o direito de estar entre as principais. Jesus e perdão estão juntos. Em meio à terrível agonia da cruz, e enquanto os soldados e o povo zombavam e abusavam dEle, as dolorosas palavras tropeçaram através de lábios trêmulos: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23:34). E no Sermão do Monte Ele chegou a dizer que se não perdoarmos àqueles que nos ofenderam, não devemos esperar que Deus perdoe nossas ofensas contra Ele (Mt 6: 1214, 15).

Leia o que Jesus ensina sobre o perdão nas passagens a seguir: Mc 2:5-12Lc 17:3, 4Jo 8:1-11
Apesar das maravilhosas declarações sobre o perdão, que fatores de advertência e equilíbrio achamos nas passagens a seguir? Mt 12:31, 32Mt 18:6Mc 14:21

Em Marcos 14:21, Jesus pronunciou um ai sobre "aquele por intermédio de quem o Filho do homem está sendo traído". Mas suponha que esse homem confessasse e se arrependesse. Para saber como seria, compare as ações de Judas e de Pedro após traírem Jesus em diferentes momentos. Depois de testemunhar a condenação de Jesus por aqueles que O prenderam, Judas, "tocado de remorso", devolveu às autoridades o dinheiro da traição; e suas palavras pareceram muito apropriadas: "Pequei, traindo sangue inocente" (Mt 27:3, 4). Em contraste com a demonstração pública de remorso de Judas, as lágrimas de penitência de Pedro foram derramadas em silêncio. Ele nem voltou à corte do julgamento de Caifás para reparar sua vergonhosa traição. Mas um foi condenado e o outro foi perdoado. Qual foi a diferença?

O que Ele ensinou sobre a humildade (Mt 20:25-28)

Em uma pesquisa feita em 1995, alguns atletas responderam à seguinte pergunta: Se houvesse uma droga que você pudesse tomar e que lhe garantisse uma medalha de ouro nas Olimpíadas mas que o matasse dentro de cinco anos, você tomaria? Mais de 50 por cento disseram que sim. Este é um comentário sobre a atração da fama e do poder na sociedade contemporânea. Aparecer diante das câmeras, manter milhões "comendo na palma da mão", essa é a moda do século 21.
E esse mesmo espírito pode invadir a Igreja, se não permanecermos constantemente em guarda. A ânsia do poder sobre os outros (o desejo de estar no controle, a ânsia pelo primeiro lugar) não diminuiu com o passar dos anos.

Os eventos cruéis da história às vezes fizeram com que orgulhosos ditadores acabassem mendigando na miséria entre refugiados, ou curvados na prisão solitária, recebendo ordens de carcereiros de terceira classe. Até houve ocasiões em que um monarca deixou temporariamente o trono para conviver com os membros marginalizados da sociedade. Mas todos esses casos juntos, voluntários ou coagidos, são uma pálida comparação com a magnitude da condescendência que vemos em Cristo. Ele "tinha a natureza de Deus" diz Paulo; É do Deus do Universo que estamos falando aqui! Mas "abriu mão de tudo o que era Seu e tomou a natureza de servo, tornando-Se assim igual aos seres humanos". Descendo mais ainda, "Ele foi humilde e obedeceu a Deus até a morte – morte de cruz" (Fp 2:5-8, NTLH).

O que Ele ensinou sobre graça – e fé

"Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras" (Ef 2:8, 9). Estas palavras são do apóstolo Paulo, meditando na mensagem cristã de salvação, expressa de maneira diferente do que Jesus fez. De fato, podemos ser tentados a perguntar se Jesus cria na justificação pela fé. Mas fazer essa pergunta é entender mal tanto Paulo como Jesus. Às vezes, o enfoque de Jesus para ensinar sobre a graça parecia ir em direção diferente; conseqüentemente, esta é uma razão por que não devemos ser muito legalistas uns com os outros sobre as fórmulas exatas que cada um usa para descrever o maravilhoso ato de graça de Deus em Jesus, e nossa resposta a ela.

Jesus veio como o exemplo da graça. Ele era a graça personificada. Encontrá-Lo era encontrar a graça. "Vimos a Sua glória", escreveu João, "glória como do Unigênito, ... cheio de graça e de verdade" (Jo 1:14).

 Nas passagens seguintes, o que Jesus está ensinando sobre graça e fé?


Nessas passagens, aprendemos algo dos muitos modos de Jesus ensinar sobre a graça, por meio de parábolas e de lições objetivas de Sua própria vida. Como Pedro poderia esquecer seu absoluto desamparo em face dos perigos mortais que o cercavam naquela noite no lago? Seu único recurso foi clamar por um poder além de si mesmo. E, imediatamente, a resposta chegou! Sem demora. Sem necessidade de penitência. Sem complicadas fórmulas ou requisitos. Só três palavras, vindas naturalmente de seu extremo desespero: "Salva-me, Senhor!" (Mt 14:30). E imediatamente, a mão de Jesus estava sobre ele. Isso é graça.

De acordo com o historiador Huston Smith, os ensinos de Jesus "podem ser os mais repetidos da história. ‘Ame o seu próximo como a si mesmo. Aquilo que você gostaria que as pessoas fizessem a você, faça você a elas. Venham a Mim, todo os que estão cansados e sobrecarregados, e Eu lhes darei descanso. Vocês conhecerão a verdade, e a verdade os libertará.’ Na maior parte do tempo, no entanto, Ele contou histórias: do tesouro enterrado, do semeador que saiu a semear, do negociante de pérolas, de um bom samaritano. Os que ouviam essas histórias eram levados a exclamar: ‘Esse homem fala com autoridade. Nunca ninguém falou como esse homem!’ ... O mais impressionante, nos ensinos de Jesus, não é que Ele os ensinava mas que Ele parecia viver esses ensinos. Pelos relatos que temos, toda a Sua vida foi de humildade, abnegação e amor que não buscava o interesse próprio. A maior evidência de Sua humildade é que é impossível descobrir o que Jesus pensava sobre Si mesmo. Ele não estava preocupado com isso. Estava preocupado com o que as pessoas pensavam de Deus. ... Vimos que Ele ignorava as barreiras que os costumes erguiam entre as pessoas. Ele amava as crianças. Odiava a injustiça e talvez até odiasse mais a hipocrisia porque ela escondia as pessoas de si mesmas" (The Illustrated World’s Religions, p. 212, 213).


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